Estranha coincidência com um estranho conhecido
andando sem olhar para trás e com toda a pressa para não me atrasar, o horário era apertado, eu não podia parar. nesse momento totalmente inoportuno ele veio e mexeu comigo, fiz que não vi, quer dizer, não quis ver. ele insistiu e eu não podia parar mas meu instito não tem compromisso e me virou. eu o vi sem saber quem era, o rosto era familiar, mas de onde? das ruas sujas da cidade, de filas de banco, de passeios de ônibus... de onde seria aquele rosto?
quando dei por mim já estava conversando e ele me contando da sua vida particular... estranho, para quem acha graça em rotina.... eu não sei, vivi aquele momento sem pensar em nada...
o estranho falou, falou e falou... quando acabou seu assunto era minha vez e do que iria falar?! o que eu poderia dizer-lhe, ele era um estranho... parei, pensei e quando vi falava do trânsito da cidade, do trabalho estressante e dos meus compromissos... quando não havia mais saída e eu precisava ir, el pegou minha mão e, em uma tentativa doce e infeliz de obter carinho, me pediu um beijo... neguei.
nunca mais vi esse estranho e há pouco tempo lembrei de seu rosto e de onde pertencia. ele era um dos sorrisos que sempre vi nas ruas de um campo rural mal tendo trocado um oi... foi bom rever um rosto sorridente de um tempo de sinceros sorrisos... uma pena foi ver a carência desse ser, que sem pensar usou do momento para tentar salvar-se da rotina... não o correspondi, não podia, porém a doçura de sua presença fez do meu horário atraso e da minha rotina sorriso.
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