sexta-feira, 29 de abril de 2011

a falta do que nos falta

O vazio.
Quando o que nos falta é indefinido. Quando não se dá para definir o que se quer. Quando não se quer nada e se quer tudo. Quando tudo não é mais nada. Quando não se pode ser o que se quer. Quando o grito é mudo, a garganta está seca e só emitimos o som do pigarro.

Melodia.
Quero acha-lá e preenchê-la com meus sentimentos despresos dessa minha alma inquieta.
O barulho de uns, o silêncio de outros. A melodia da vida. E nós... qual nossa cifra?

Ir.
Verbo, movimento, saída. Eu, você, nós, eles. Onde iremos. Os caminhos a seguir não sempre as possibilidades e os desejos. Caminhos são apenas vias para se chegar aonde não se sabe. Sabe-se, somente, que deve partir. Andar, se movimentar e esperar... Esperar que alcance algo, com ou sem valor, apenas algo.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

ela

"e ela se foi, nem olhou para o que deixava. saiu em silêncio e não pensou em desistir. sabia que se fosse diferente, nunca teria saído e, mais uma vez, evitaria por um momento o inevitável.
não pensou na saudade que poderia sentir. não chorou pelo caminho, sua vista estava registrando as imagens desse último momento ali presente.
não tardou e ela já estava a pensar nos próximos passos. estava certa, só não sabia para onde ir em meio ao emaranhado de questões... só sabia que devia sair de lá. nada inesperado. desde o início, em sua entrada, se imaginava saindo para algum lugar o qual nunca soube definir.
estando dentro, sair era pura ilusão. agora, sendo real ela não sabia o que fazer."