A música entoa pelo fone, o ônibus remexe, tudo se torna percussão para uma batida meio sem ritmo, mas com boa intenção. Assim vai seguindo a condução ao seu destino, sem pressa e pulando. A trilha sonora é a capela de uma música popular conhecida e exclusiva, só os ouvidos detentores do fone partilham do ritmo manso e doce. O cenário bucólico combina com a batida, o pasto molhado da garoa que fez o gado entrar no celeiro e as crianças de boca aberta para pegar a chuva, completam o cena inicial de um pequeno filme íntimo.
Enquanto vai passando pessoas, casas, cores, natureza e letreiros, o rolo vai se estendendo mais e mais. Nessa altura já foram horas infinitas e a chegada não tarda mais a chegar. É preciso um ápice expressivo, e é quando o Sol sai por entre as nuvens e clareia exatamente uma árvore que o filme acaba. O solo de violino é doce e vai morrendo com a luz, por fim sobra o breu e o silêncio.
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